Em um mundo em constante evolução, onde a diversidade se tornou um valor essencial, três conceitos fundamentais ainda geram muita confusão: lugar de fala, representatividade e protagonismo.
Eles são como os pilares que sustentam a estrutura de uma sociedade mais equânime, geram justiça social e inclusão, e cada um têm sua função única e relevância inegável. Vamos conhecê-los?
Lugar de Fala: um espaço para todas as pessoas
Como diz Djamila Ribeiro, que é mestra em Filosofia Política, feminista negra, escritora e acadêmica brasileira: “todas as pessoas têm lugar de fala!”
Imagine o “lugar de fala” como a lente através da qual enxergamos o mundo. É uma perspectiva única e valiosa moldada pela nossa própria jornada de vida, identidade e vivências. Aqui, é importante ressaltar que o “lugar de fala” é uma realidade para todas as pessoas, independentemente de sua origem, gênero, raça, etnia ou identidade. Cada pessoa carrega uma bagagem única de experiências que moldam sua visão de mundo.
Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) destacam o Brasil como um caldeirão multicultural, com inúmeras experiências e identidades. Portanto, ao considerar o lugar de fala, não estamos excluindo ninguém, mas permitindo que todas as pessoas possam contribuir com suas experiências e perspectivas para transformar o Brasil em um lugar mais inclusivo e humano.
Representatividade: espelho da sociedade
Por outro lado, “representatividade” é a presença ativa de diferentes vozes em todos os cantos da sociedade. Um estudo da Grant Thornton revela que mulheres ocupam 38% dos cargos de liderança e gestão no Brasil, embora as mulheres representem 51% da população. Essa discrepância destaca a necessidade urgente de correção desse desequilíbrio.
A representatividade visa corrigir esse desequilíbrio, abrindo portas para pessoas de grupos minorizados em todos os setores da sociedade garantindo que ocupem posições de destaque e influência.
Protagonismo: liderando a mudança
O “protagonismo” transcende a representatividade, permitindo que pessoas e comunidades afetadas por questões sociais assumam a liderança e moldem o futuro. Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) destaca a importância do protagonismo na promoção de políticas públicas inclusiva. Isso significa que esses grupos não estão apenas presentes, mas também têm um papel ativo na definição de agendas e na formulação de soluções para os desafios que enfrentam.
Em resumo, o “lugar de fala” convida todas as pessoas a se engajarem na busca por um mundo melhor, inclusive as que são privilegiadas, a “representatividade” busca equilibrar a presença na sociedade e o “protagonismo” dá visibilidade para que as pessoas de grupos minorizados estejam no centro das questões.
Esses 3 conceitos juntos são as ferramentas essenciais para construir um mundo onde a diversidade e a inclusão não são apenas reconhecidas, mas também valorizadas e promovidas ativamente. É imperativo se juntar nesta jornada em direção a uma sociedade mais justa e inclusiva.
E você, o que tem feito a partir do seu lugar de fala?
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Por: Camila Freitas
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