- dezembro 12, 2023
- By: CKZ Diversidade
- in: Diversidade, Inclusão
Adquiri uma deficiência há 14 anos. Um renascimento.
No processo de recuperação, mergulhei em tudo que poderia sobre o tema.
Comecei num mergulho em mim: quais eram minhas reais perspectivas a respeito de pessoas com deficiência?
O que ninguém me contou sobre pessoas com deficiência e eu aprendi nesse processo.
Lembrei de quando era criança e via uma pessoa com deficiência, sempre alguém dizia: ‘’não fica olhando que é feio!’’ ‘’não olha!’’
Mais tarde, quais seriam as possibilidades de olhar para uma pessoa com deficiência com naturalidade e sem tabus para construir qualquer relação já que ficou estabelecida esse distanciamento em mim.
Essa crença posta em mim e talvez em você, nos mantém distantes, com medo e dúvidas de como lidar com pessoas com deficiência.
Por meio da conscientização dos meus vieses, transformei minhas perspectivas e acabei com as antigas crenças sobre pessoas com deficiência, importante momento para construção do meu caminho.
Em uma sociedade que não possui acessibilidade arquitetônica e atitudinal, pessoas com deficiência têm dificuldades nas suas necessidades de acesso para trabalhar, estudar, se divertir, praticar esportes, viajar, namorar, pra viver a vida.
Deixando assim de transbordar sua criatividade e habilidades únicas. Não estou construindo a ideia de que pessoas com deficiência são guerreiras ou heroínas. Isso seria capacitismo. Estou trazendo uma perspectiva diferente daquela facilmente encontrada de que pessoas com deficiência são incapazes ou limitadas, o que também é capacitismo.
Nos últimos anos, há um movimento muito importante que traz a deficiência como ela é: uma característica humana.
Ou seja, uma pessoa com deficiência que trabalha, estuda, namora, se diverte, está simplesmente vivendo!
É importante reconhecer que cada pessoa com deficiência é única e tem suas próprias experiências e habilidades, e fomentar a sua convivência com dignidade, respeito e equidade.
O capacitismo, o preconceito contra pessoas com deficiência, é um problema que precisa ser abordado com conscientização e ações afirmativas inclusivas.
A inclusão real requer um mergulho em nós: uma reflexão profunda dos nossos vieses conscientes e vieses nconscientes. Eu acredito nessa transformação.
É com essa proposta que abordo e desenvolvo esse tema tão importante nas companhias, com naturalidade e inovação, desmistificando e quebrando paradigmas a respeito da seleção, da integração e desenvolvimento de pessoas com deficiência, tornando o grande desafio de inclusão uma jornada cheia de impactos positivos.
As companhias têm papel essencial de proporcionar um ambiente acessível, arquitetônica e tecnológica, além da acessibilidade atitudinal.
A combinação desses fatores resulta na diminuição de barreiras e o ambiente inclusivo impacta diretamente na diminuição do turn over, de riscos de assédio e discriminação.
A valorização da diversidade e da inclusão gera compromisso e engajamento e aumenta a sinergia com o propósito da cia.
Por Letícia Santana